Leifert responde a Casagrande sobre acusações de sabotagem na Globo e ex-jogador publica ‘tréplica’

Jornalista negou acusações de que teria prejudicado o colega quando trabalhavam na emissora e pediu que elas fossem provadas, bem como as alegações de “desrespeito” aos chefes; comentarista citou caso na Copa América de 2011

Tiago Leifert está narrando alguns jogos da Copa no SporTV 2. Foto: João Miguel Jr.

Estadão

Após ser citado por Walter Casagrande em resposta às críticas do elenco campeão da Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira ao comentarista, Tiago Leifert rebateu as palavras do ex-atacante de que ele teria tentado prejudicá-lo na emissora e desrespeitado superiores na época em que os dois estavam na Globo. Segundo o apresentador, as acusações são falsas e “sem sentido algum”. Ele ainda reiterou que o antigo jogador era o analista número 1 da emissora e que dividiram poucos espaços. Casagrande fez a ‘tréplica’ em sua coluna no UOL, dizendo que Leifert teria “problemas de esquecimento”.

Em postagem no Instagram, o comunicador, apoiado por jogadores como Denílson, Júlio César, Kaká e Marcos, jornalistas como Alê Oliveira e Glenda Kozlowski e até o ex-árbitro de Copa Sandro Meira Ricci, disse que sua relação com os chefes da TV Globo é ótima, citou que foi homenageado ao vivo no horário nobre e pediu que fossem apresentadas provas das rixas entre os dois. Casagrande escreveu que eles fizeram o Globo Esporte todas as sextas-feiras em 2009 (por exigência, já que, nas palavras do ex-jogador, Leifert queria trabalhar com Caio Ribeiro) e relembrou um caso na Copa América de 2011, onde Tiago teria ridicularizado Casagrande e ‘abandonado’ o colega momentos depois.

“Não te conheço direito, mal conversamos na vida, não temos nenhuma intimidade e por isso não tenho nem nunca tive seu telefone. Espero que chegue em você”, disse Leifert nas redes. “O que você escreveu sobre mim na sua coluna não é verdade e você sabe. Eu nunca destratei nenhum chefe (deles eu tenho o telefone!), falo com todos e tenho relação ótima com todos”, continuou, reiterando que Casagrande teria tanto ou mais espaço do que ele na Globo. “A história que você conta não tem sentido algum: você sempre foi o comentarista número 1 da Globo, sempre nas maiores viagens, nos melhores jogos, nunca ninguém te prejudicou”, disse o jornalista.

“E nós não trabalhamos juntos, certo? Eu nunca tive nenhuma ingerência sobre sua escala ou de qualquer narrador ou comentarista, nunca fui chefe de redação, nunca fui diretor. Mal nos encontramos, mal nos falamos, nunca sequer estivemos em uma sala de reunião juntos, se dividimos um “ao vivo” 3x na vida foi muito. Você não fez e não faz parte de nada da minha carreira, nem eu da sua. A revista que você citou, eu saí porque quis em 2018 e você não fez parte da decisão”, seguiu.

Casagrande respondeu dizendo que o jornalista o destratou em uma transmissão na Copa América por estar com uma roupa diferente dos colegas de cabine. “Na primeira partida, o uniforme de transmissão era um terno com camisa azul e um colete cinza com decote V. Coloquei o terno para lavar e, no dia do jogo, não acharam a camisa azul. Tive que usar uma branca e, por ser diferente, usei uma blusa da mesma cor do colete, só que com gola fechada”, relembrou. “No show do intervalo, você comandava um programa para interagir com a gente no estádio. E quando aparecemos eu, Galvão e Arnaldo, você riu da minha blusa, dizendo que eu estava com o colete ao contrário, em uma forma de me ridicularizar”, pontuou Casagrande.

Casagrande deixou o posto de comentarista da Globo em 2022. Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

“No segundo bloco, o diretor disse assim: agora é o Tiago e o Casão. E você simplesmente abandonou o estúdio, me deixando falando sozinho. E aí o Galvão (Bueno) me acudiu. Detalhe: essas duas situações são encontradas facilmente na internet”, complementou Casagrande, que postou nos stories um link de uma matéria que repercutiu o momento. Junto a isso, disse que as pessoas que Leifert teria destratado não trabalham mais na emissora, com a qual o apresentador garantiu ter boa relação.

“Me dou tão bem com o pessoal lá que fui capa ano passado e eleito homem do ano na categoria televisão”, escreveu Tiago na postagem do Instagram, reiterando que suas discordâncias com Casagrande são parte do jornalismo. “Nós discordamos em várias coisas sobre a vida e a bola, e isso é do jogo. Você acha que não precisamos do Neymar para o hexa, eu discordo bastante, e ambos vocalizamos isso. É a bola! Faz parte da resenha esportiva. Temos outras discordâncias, supernormal. De resto, o que você escreveu de mim é falso, numa prática que me parece ser o oposto de tudo que você prega.” Tiago fez um textão sem deixar nenhuma resposta ao ex-atleta de Corinthians, São Paulo e seleção.

A publicação mencionada por Leifert é a revista QG, onde Tiago teria se demitido após o diretor recusar um pedido dele de demitir Casagrande por escrever uma coluna contrária à sua de que futebol e política não poderiam se misturar.

“Em relação ao que relatei sobre a revista QG, entendo você não querer assumir que foi até a direção pedir a minha cabeça por causa do meu texto. Até porque o diretor disse que cada um tinha dado a sua opinião”, disse o ex-jogador, inferindo que o dia de saída do jornalista comprovaria que seu texto teve influência na decisão do comunicador. “Mas é simples: quem se interessar pode pegar as datas das nossas colunas e ver a data que em que você ‘saiu’”.

Leifert ainda não respondeu à “tréplica” de Casagrande e reforçou no começo de sua postagem no Instagram que está em “missão de paz”. A discussão entre os dois voltou à ativa pelo jornalista ter curtido uma publicação de Marcos, goleiro titular do penta, que ironizava Casagrande com uma foto de Neymar: “Não precisamos dele não, precisamos do Casagrande para o hexa”, escreveu o arqueiro na época. Segundo Walter, ele disse, na verdade, que a seleção poderia vencer a Copa mesmo sem o atacante.

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