Alemanha e na Bélgica, os dois países mais atingidos, subiu para 168.
Por Folhapress
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A busca de sobreviventes das inundações provocadas pelas chuvas sem precedentes na Europa, ocorridas nos últimos dias, continuam neste sábado (17), enquanto o número de mortes na Alemanha e na Bélgica, os dois países mais atingidos, subiu para 168.
Ainda há centenas de desaparecidos, e o tom das autoridades alemãs é de lamento diante do pior desastre natural a atingir o país em mais de meio século. Ao menos 141 pessoas morreram na Alemanha, nos estados de Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado; outras 27 morreram na Bélgica.
Em Wassenberg, perto de Colônia, 700 pessoas tiveram que deixar suas casas na noite de sexta-feira (16) devido ao risco de rompimento de uma barragem. Segundo o prefeito da cidade, os níveis de água têm baixado, mas ainda é muito cedo para declarar que os moradores estão fora de perigo, motivo pelo qual ele classificou o trabalho das autoridades locais de “cautelosamente otimistas”.
No oeste do país, perto da fronteira com a Bé lgica, a barragem Steinbachtal continua sob risco de rompimento, e cerca de 4.500 pessoas foram obrigadas a abandonar a região.
“Lamentamos com aqueles que perderam amigos, conhecidos, parentes”, disse o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, durante uma visita a Erfstadt, na Renânia do Norte-Vestfália, onde ao menos 43 pessoas morreram. Segundo ele, ainda levará semanas até que todos os danos causados pelas inundações sejam avaliados, o que deve demandar vários bilhões de euros.
Armin Laschet, premiê do estado e candidato à sucessão da primeira-ministra Angela Merkel, disse que deve iniciar nos próximos dias a articulação para viabilizar o apoio financeiro prometido aos afetados pela tragédia. Ele definiu o cenário como uma “catástrofe de magnitude histórica”. De volta de uma viagem aos EUA, a líder alemã deve visitar a região neste domingo (18).
Aos poucos, os moradores que tiveram que sair às pressas de suas casas ameaçadas pela água estão voltando, e muitos encontram um cenário desolador: casas destruídas, com paredes arrancadas pela força das enchentes, árvores caídas, veículos revirados, estradas e pontes intransitáveis e cortes no abastecimento de água potável e energia elétrica.
Na Bélgica, foram confirmadas ao menos 27 mortes, e cerca de 103 pessoas ainda estão desaparecidas ou incomunicáveis. “Infelizmente, temos que presumir que esse número continuará a aumentar nas próximas horas e dias”, disse o centro nacional de gerenciamento de crises por meio de um comunicado.
A Holanda também foi atingida pelas fortes chuvas, mas até este sábado as autoridades não registraram mortes. Os serviços de emergência, no entanto, continuam em alerta máximo, pois o transbordamento de rios ainda ameaça cidades e vilas, principalmente na província de Limburg, no sul do país.
Dezenas de milhares de moradores da região foram evacuados nos últimos dois dias, enquanto soldados, bombeiros e voluntários seguiram trabalhando freneticamente para reforçar diques e tentar conter, de alguma forma, as inundações.
Além da tragédia imediata, as chuvas sem precedentes dispararam um alerta sobre o perigo das mudanças climáticas. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o aumento das temperaturas em nível global gera um acúmulo de energia na atmosfera que se dissipa por meio de eventos climáticos extremos, que tendem a se tornar cada vez mais poderosos e mais frequentes.