Na apresentação James e estreia de Lucas, Hulk e Pavón estragam a festa do São Paulo no Morumbi

Em casa, diante de 53 mil pessoas, Tricolor paulista apanha do Atlético-MG por 2 a 0, resultado que dá a primeira vitória ao técnico Felipão depois de dez partidas no comando do time mineiro

Hulk comemora o gol do Atlético-MG no Morumbi  Foto: Pedro Souza / Atlético

Estadão

O jogo do Morumbi era de festa, com as apresentações de James Rodríguez e Lucas Moura, que ainda faria sua estreia no time que o lançou depois de dez anos na Europa. Mas não foi. O São Paulo perdeu para o Atlético-MG por 2 a 0 e aumentou sua sequência de jogos sem ganhar no Brasileirão, agora com três. O time mineiro roubou a festa na cara dura e na casa do rival. Foi a primeira vitória depois de 11 jogos, dez deles sob o comando de Felipão. Lucas jogou bem, mas cometeu um pênalti. Os gols foram de Hulk e Pavón. “Recepção da torcida foi sem palavras. Infelizmente, não conseguimos corresponder em campo. Lutamos. Chego no clube que amo para ajudar. A sensação é maravilhosa de vestir essa camisa novamente. Espero poder corresponder em campo e conquistar algum título”, disse Lucas.

A verdade é que não era para começar o jogo com a falta magistral de Hulk aos 4 minutos. Antes de a bola rolar, o estádio tricolor fez festa para as apresentações de Lucas e James Rodríguez, com camisas novas e muita pompa. O atacante formado nas categorias de base do São Paulo que voltou para casa ficou no banco de reservas, conforme prometido pelo técnico Dorival Júnior. O dia estava de sol radiante e havia a necessidade de ganhar para voltar a ter confiança, dando de ombros para a condição muito pior do adversário, que não vencia havia 11 jogos, dez deles sob o comando de Felipão.

Mas aos 4 minutos, Hulk estragou tudo. Ele pediu para cobrar uma falta quase do meio do campo. Parecia impossível de fazer o gol dali, em direção reta ao gol são-paulino, mas de muito longe. Não é que ele fez. A bola saiu em ziguezague até morrer no canto superior direito do goleiro Rafael, que falhou. Ele estava no meio do gol, mas não alcançou a bola. Isso mudou o jogo, porque a partir daí, o time mineiro se fechou na defesa, deixou o São Paulo tocar no seu campo e tirou a maioria dos espaços do ataque rival.

O São Paulo não conseguiu fazer a leitura correta do posicionamento do Atlético. Como o meio estava congestionado, era necessário atacar pelas pontas, abrir as jogadas e espalhar os pinos montados por Felipão no meio e na zaga. Aos 16, em uma dessas jogadas insistindo pelo meio, Nestor até que foi bem com dribles e arrancadas até o chute para fora. Aos 19, num escanteio, Diego Costa testou fraquinho nas mãos do goleiro. E ainda teve um chute de Rafinha aos 37. Nenhuma dessas jogadas, no entanto, foram de chances claras. O São Paulo estava encaixotado e travado na marcação. Hulk tentava nos contra-ataques.

Dorival desceu para o intervalo convicto de que precisava fazer alguma coisa diferente para mudar a história da partida, voltar a ganhar em casa e recuperar o terreno perdido com os últimos resultados ruins (empate em casa sem gols com o Bahia e derrota para o Cuiabá fora) no Brasileirão. Sua ideia foi óbvia: colocar Lucas Moura. Dessa forma, o atacante que fez fama na França e na Inglaterra vestiu novamente a camisa tricolor e entrou no segundo tempo.

Lucas deu dribles, fez boas jogadas pela meia direita, mostrou que pode ajudar o time, mas vai ficar marcado mesmo pelo pênalti que fez em Patrick aos 22 minutos. Ele tentou aliviar de cabeça bola na área para depois dar o combate no rival, quando cometeu a falta em cima da risca da grande área. Todos no São Paulo reclamaram, menos ele. Lucas foi consolado por Hulk. Pavón cobrou e aumentou a contagem para 2 a 0, colocando o Atlético mais perto da vitória depois de 11 jogos, o primeiro de Felipão desde que chegou em Minas.

O pênalti e o segundo gol calaram os 53 mil torcedores no Morumbi. O São Paulo demorou um pouco para assimilar o golpe e voltar para a partida. Quando conseguiu, já não dava mais tempo. O rival havia aumentada sua muralha na frente dos atacantes tricolores e tinha os contra-ataques à disposição. Num deles, aos 37, Hulk perdeu gol feito após passe de Patrick. Mas o resultado já estava sacramentado. O gol não fez falta.

O São Paulo teve mais uma vez a posse de bola, com 65%, e teve oito escanteios a seu favor contra dois do rival. A equipe volta imediatamente suas atenções para a Sul-Americana. No meio da semana, na quinta-feira, joga contra o São Lorenzo após derrota na Argentina por 1 a 0. Tem de vencer para seguir na competição. Empate é do time do papa Francisco.

SÃO PAULO 0 X 2 ATLÉTICO-MG

  • SÃO PAULO: Rafael, Rafinha (Pato), Diego Costa, Beraldo e Caio Paulista; Pablo Maia, Talles Costa (Lucas Moura), Nestor (Alisson) e Michel Araújo (David); Luciano (Rato) e Calleri. Técnico: Dorival Júnior
  • ATLÉTICO-MG: Matheus Mendes, Saravia, Igor Rabello, Jemerson (Maurício Lemos) e Arana; Otávio, Battaglia e Hyoran (Patrick); Pavón (Edenílson), Hulk (Alan Franco) e Paulinho (Igor Gomes). Técnico: Felipão
  • GOLS: Hulk, aos 4 do 1ºT; Pavón, aos 23, de pênalti, do 2ºT
  • CARTÕES AMARELOS: Jemerson, Rafinha, Nestor, Lucas Beraldo, Pablo Maia, David, Battaglia, Saravia e Diego Costa
  • ÁRBITRO: Rodrigo José Pereira de Lima (PE)
  • RENDA: 53.460
  • PÚBLICO: R$ 2.893.522,50
  • LOCAL: Morumbi, em São Paulo
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