Versão virtual do real terá paridade fixa com a moeda e poderá ser usada em serviços financeiros
Estadão
O Banco Central anunciou nesta segunda-feira, 7, o nome oficial da versão digital do real, que será chamado de Drex. Embora a moeda virtual ainda não tenha sido lançada oficialmente, a instituição aposta em um sucesso parecido com o do sistema de transferências Pix.
Confira perguntas e respostas sobre o Drex.
O que será o Drex?
O Drex será uma moeda virtual de uma categoria chamada de CBDC (do inglês, Central Bank Digital Currencies; a sigla pode ser traduzida para o português como “moedas digitais de banco central”). Ou seja, será uma versão digital da moeda soberana do Brasil, e será produzida e regulada pelo Banco Central seguindo as regras do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e da política monetária brasileira.
Quando o Drex será lançado?
Ainda não foi divulgada uma data específica para o lançamento da moeda digital, mas a expectativa é que isso ocorra no fim de 2024. O BC afirma esperar que todos os participantes do piloto do real digital estejam conectados ao sistema, os chamados nós validadores, até meados de agosto, para que os testes em si sejam iniciados em setembro.
A primeira fase do teste será a interação entre a CBDC e o real “tokenizado”, espécie de representação digital dos depósitos bancários e dos saldos de instituições de pagamento que serão usados no varejo. Depois, em fevereiro de 2024, será testada a interação com tokens de títulos públicos. A chegada da novidade para a população pode ocorrer no fim do próximo ano.
Qual será o ‘câmbio’ com as notas físicas?
A paridade permanecerá sempre de um para um, ou seja, cada real digital terá o mesmo valor de um real físico.
Como a nova moeda poderá ser utilizada?
O Drex terá a tecnologia blockchain, ou seja, uma série de códigos armazenada em diferentes computadores que garantirá a posse do dono em sua carteira. Segundo o coordenador da iniciativa no BC, Fabio Araújo, a vantagem do real digital é que ele vai diminuir os intermediários nas transações virtuais.
“Não precisa mais ter advogado. Tem um pedaço de código garantindo que os valores estão de acordo com o que foi registrado no contrato. Baixa muito o custo”, disse.
O Drex é também uma criptomoeda?
Apesar de ser digital e utilizar a tecnologia blockchain, o Drex não terá o mesmo funcionamento do Bitcoin ou do Ethereum, por ter uma “produção” centralizada pelo Banco Central brasileiro e ter paridade fixa com uma moeda física.
O uso do real digital terá custos?
Segundo Fabio Araújo, o Drex terá custos para ser utilizado em serviços financeiros — porém menor do que os existentes hoje em dia.
Outros países também planejam lançar versões digitais de suas moedas?
Em pouco mais de três anos, o número de bancos centrais que estudam a criação de suas próprias moedas digitais saltou de 35 para 130, segundo o Atlantic Council. Os países que estão discutindo a emissão das moedas digitais são responsáveis por 98% do PIB global. Entre eles, 42 estão em fase de pesquisa, 32 em fase de desenvolvimento, 21 lançaram pilotos e 11 já possuem versões finalizadas.