Presidente do Senado atendeu a uma solicitação do senador Styvenson Valentim
O GLOBO
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio Grande do Norte. O estado sofre desde o início da semana com uma série de depredações e incêndios criminosos em ônibus. Os ataques foram organizados por uma facção criminosa. A solicitação de Pacheco foi feita com base em requerimento do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN).
Uma GLO é uma medida temporária que permite as Forças Armadas o poder de policiamento e responsabilidade de lidar com crises de segurança pública. A medida é prerrogativa do Presidência da República. Em janeiro, Lula chegou a criticar o uso do instrumento. Ao comentar sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro, o petista disse que usar a GLO resultaria em golpe. — Se eu tivesse feito GLO eu teria assumido a responsabilidade de abandonar minha responsabilidade. Aí sim estaria acontecendo o golpe que essas pessoas queriam — declarou.
Pacheco enviou um ofício a Lula nesta quarta-feira. — Na qualidade de presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, e tomando como razões de decidir os elementos trazidos pelo ilustre senador da República do estado do Rio Grande do Norte, dadas as circunstâncias do caso concreto e a urgência do momento, formulo o pedido de envio das Forças Armadas, a fim de garantir a lei e a ordem naquela unidade federada — disse o presidente do Senado.
No requerimento que deu origem ao pedido de Pacheco, o senador Styvenson criticou o governo do Rio Grande do Norte e disse que a crise necessita do auxílio dos militares. O senador faz oposição à governadora Fátima Bezerra (PT).
— Nem a polícia, nem a Secretaria de Segurança Pública, nem os municípios estão conseguindo mapear e numerar a violência e danos, isso porque eles não param de acontecer e em mais 20 municípios. A governadora não faz ideia do que se passa — afirmou Styvenson.
Em nota, Pacheco elogiou o modo como o governo federal e estadual tem lidado com a crise. —Reconheço o notável empenho das forças de segurança do estado e nacional neste momento, às quais se podem somar as Forças Armadas, a critério do presidente da República. O importante é garantir a paz no estado o mais rapidamente possível — disse.
Na terça-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou o uso da Força Nacional para auxiliar com a crise no estado. Mesmo assim, os ataques ainda continuam nesta sexta-feira.