João Pedro Lima Teixeira, de 22 anos, foi brutalmente assassinado durante um assalto na zona Leste da capital.
Lupa1
O empresário Edson Novaque, pai do estudante de Direito João Pedro Lima Teixeira, de 22 anos, brutalmente assassinado durante um assalto na zona Leste de Teresina, mandou um recado para os bandidos que interromperam o futuro promissor do filho. Apesar da dor, Edson diz que não guarda rancor dos criminosos.
Eu tinha vontade de ver essa pessoa e perguntar o porquê dele ter feito essa maldade com uma pessoa como o João. Para você, bandido, que também vai assistir essa reportagem, ponha a mão na sua cabeça e faça como meu filho fazia, que era levantar todos os dias pela manhã para estudar e depois trabalhar, que assim você também consegue as coisas. Não é só tirando a vida dos outros, porque assim eu criei meu filho. Hoje eu estou sem o João aqui na terra, mas ele está lá em cima, lutando pela nossa família, disse.
Os dois, sempre muito próximos, eram donos de uma empresa de cosméticos. João, segundo o pai, foi o seu primeiro funcionário. Sempre muito dedicado, começou a auxiliar o empresário ainda adolescente, com apenas 15 anos.
Há seis anos eu tive um problema cardíaco e ele começou a trabalhar. Ainda menor de idade, lutando, sempre foi muito sonhador, dedicado, um rapaz religioso. A mãe dele e eu nos separamos, e ele foi nossa base. Hoje, eu descobri que uma dor, uma mágoa, não leva a gente para nenhum lugar, conta.
Bastante emocionado, Edson lembra que o filho sempre foi um menino bom, que só ajudou todos ao ser redor. Ele relata ainda que João Pedro vivia a vida intensamente, como se soubesse que iria viver pouco.
Tudo dele era pra hoje, nada com ele era pra depois. Até na hora da morte dele, que era pra ele fazer uma entrega, ele disse ‘não pai, eu vou logo, antes da chuva. Eu vou e volto logo’. E nessa velocidade ele encontrou duas pessoas más, que tiraram a vida de um rapaz que teria todo o futuro pela frente, completa.
Comoção de familiares e amigos
O sentimento de revolta, impotência e muita comoção marcaram o velório do estudante, na manhã deste sábado (18), na Capela de São João, no bairro Porto do Centro, na zona Leste de Teresina.
A avó do jovem, inconsolável, afirmou que não consegue viver mais sem o neto. Conforme ela, João Pedro era o melhor filho do mundo e cuidava de toda a família e não merecia ter morrido covardemente na mão de criminosos inescrupulosos.
Meu neto era a melhor pessoa do mundo, ele cuidava de mim e da mãe dele. Ele não merecia ter morrido desta forma. O que será de mim sem ele, afirmou a avó.
Beatriz, amiga que frequentava a mesma igreja de João, não escondeu a emoção ao falar sobre o rapaz. Na fala, a jovem conta que passou um tempo em coma, e o estudante sempre estava lá para ajudá-la.
Eu estava no hospital ainda quando ele foi me visitar. Minha mãe fala que ele era uma das pessoas que mais reunia os amigos para orar por mim. Hoje estou pedindo a Deus para confortar o coração da família dele.
O corpo do estudante saiu em cortejo até o município de Monsenhor Gil, onde será o sepultamento na comunidade Monte Alegre, zona rural da cidade.
