Parte de cânion desaba sobre turistas em Capitólio (MG) e mata ao menos seis; veja vídeos

Deslocamento de pedra atingiu lanchas na tarde deste sábado, 8; pelo menos 32 pessoas ficaram feridas e bombeiros estimam outras 20 desaparecidas

Rocha desabou sobre turistas em um cânion de Capitólio, a 293 km de Belo Horizonte, neste sábado (8) Foto: Reprodução/Twitter

Por Estadão

Uma estrutura rochosa atingiu quatro lanchas na região dos cânions da cidade de Capitólio, a 293 km de Belo Horizonte, no começo da tarde deste sábado, 8. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais confirmou seis mortos e 32 feridos no desastre até agora, e estima ao menos 20 desaparecidos. A Marinha do Brasil deve instaurar um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, houve um deslocamento de pedra. Anteriormente, a corporação apurava a relação da tragédia com uma tromba d’água. Desde ontem havia ocorrência de trombas d’água nas cachoeiras que desaguam no Lago de Furnas, e a Defesa Civil de Minas Gerais emitiu um alerta às 10h22 deste sábado para a população evitá-las durante as chuvas. A região é chamada pelos operadores náuticos de “Mar de Minas” e, no local onde as lanchas atracam, os turistas podem tomar banho e se aproximar das cachoeiras no cânion.

Dos 32 feridos, 23 foram atendidos e liberados na Santa Casa de Misericódia de Capitólio, segundo o Corpo de Bombeiros. A unidade da Santa Casa de Passos confirmou ao Estadão ter recebido três vítimas, segundo os bombeiros em estado estável. Já a Santa Casa de Piumhi atendeu mais duas com fraturas abertas. Outros quatro feridos ainda foram levados para a Santa Casa de São José da Barra e já deixaram o hospital.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, os corpos das vítimas fatais foram encaminhados ao posto de medicina legal do município de Passos. Eles estavam sem documentos e terão as impressões digitais coletadas para identificação.

Pelo Twitter, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lamentou a tragédia e disse que o governo esteve presente desde os primeiros momentos do acidente. “Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento. Solidarizo com as famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para fornecer o apoio e amparo necessários”, escreveu.

O prefeito de Capitólio, Cristiano Silva (PP), disse em vídeo publicado no Instagram estar “transtornado com esse desastre natural”. Corrigindo a primeira informação de que o acidente teria sido causado por uma tromba d’água, ele afirmou se tratar de um deslocamento de pedra. O prefeito também destacou a rápida mobilização da Marinha, do Corpo de Bombeiros do Estado, da prefeitura e das cidades vizinhas no resgate e atendimento das vítimas.

Segundo nota do Comando do 1º Distrito Naval da Marinha do Brasil, a Delegacia Fluvial de Furnas (DelFurnas) deslocou equipes de busca e salvamento para o local para prestar apoio às embarcações atingidas, no transporte de feridos para hospitais e aos outros órgãos que estão atuando no resgate. Um inquérito será instaurado para apurar as circunstâncias do acidente.

Os mergulhos de busca por vítimas devem ser interrompidos à noite, mas a equipe continuará na região. Uma aeronave que estava se deslocando até o local do acidente não conseguiu pousar por causa da chuva e do excesso de nebulosidade. O posto de comando da operação de resgate funciona no Clube Náutico do município de São José da Barra.

Além do alerta da Defesa Civil de Minas, minutos antes da queda do paredão em Capitólio, a Defesa Civil Nacional informou na véspera do desabamento que havia expectativa de um grande volume de chuva, superior a 100 milímetros por dia, para as cidades localizadas no oeste de Minas Gerais. O alerta era de nível vermelho.

Neste sábado, depois da tragédia, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, chamou a atenção de agentes de Defesa Civil nos Estados para situações similares. “Os agentes devem se atentar, também, às especificidades de risco de sua região, tais como cachoeiras, rochas, falésias, entre outras”, afirmou.

Anderson Gazotti, proprietário de uma empresa de passeios de lanchas na região, não saiu com suas embarcações neste sábado (8) devido ao mau tempo, mas conta que a região onde o acidente ocorreu é o principal ponto turístico do Capitólio e mesmo com chuva, costuma ficar muito cheio. “É um local lindo e único, e cada vez mais procurado. Todas as empresas de passeio vão para lá”. Duas das lanchas que estavam próximas ao desabamento eram de conhecidos de Gazotti “Mas tive notícias que todos estão bem e sofreram apenas arranhões, o principal foi o susto”.

Além do acidente com os turistas de Capitólio, desde a tarde de sexta-feira, 7, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atendeu a outros 98 chamados provocados pelas chuvas no Estado, como deslizamentos, pessoas ilhadas e outras ocorrências com possíveis vítimas. /COLABOROU CRISTIANE SEGATTO E FELIPE FRAZÃO

Compartilhe esta notícia!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

pt_BRPortuguese