Esposa, ex-mulher, ex-sogra, fazendeiro e caseiro contribuíram para a fuga do criminoso, aponta investigação.
Por Folhapress
A Polícia Civil de Goiás indiciou nesta terça-feira (27) cinco pessoas suspeitas de fazerem parte da rede de proteção montada para dar apoio a Lázaro Barbosa de Sousa, 32, morto em 28 de junho em Águas Lindas de Goiás (GO) após 20 dias de buscas das forças de segurança do estado.
Os cinco indiciados são a mulher de Lázaro, a ex-companheira, a ex-sogra, um fazendeiro e um caseiro da região. O criminoso acumulava quatro mandados de prisão quando foi localizado e morto após confronto com a polícia.
Lázaro, segundo as autoridades de Goiás, assassinou um casal e dois filhos em Ceilândia no início de junho. Também baleou três pessoas em Cocalzinho de Goiás.
O delegado responsável pelo inquérito, Cléber Martins, da 17ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Goiás, afirmou que todos contribuíram para que o criminoso conseguisse escapar do cerco.
Segundo ele, as provas obtidas na investigação indicaram que as pessoas colaboraram para que Lázaro não fosse capturado pelas forças policiais.
“Tanto prestando informações, dado guarida, inclusive alimentação, levando para esconderijos e, sobretudo, iriam propiciar a fuga definitiva dele, que foi impedida”, disse o delegado.
A polícia não revela os nomes dos indiciados. Conforme a corporação, um dos principais alvos das investigações foi o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 73, preso em 24 de junho em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás.
Ele, segundo as investigações, teria dado abrigo e comida a Lázaro. Além disso, teria proibido a entrada em sua propriedade de policiais que procuravam o criminoso. O fazendeiro ainda foi autuado em flagrante e indiciado por posse irregular de duas armas de fogo.
Em relação à participação da mulher, ex-companheira e ex-sogra na fuga do criminoso, a polícia concluiu que as três tiveram contato com Lázaro durante a perseguição e não o denunciaram.
Todas foram enquadradas no artigo 348 do Código Penal, que estipula pena de um a seis meses de prisão para quem auxilia a fuga de suspeitos.
O secretário de estado de Segurança de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que a Polícia Civil avalia pedir à Justiça o sequestro da propriedade rural do fazendeiro denunciado.
“Nós estamos estudando essa possibilidade para que, com a futura venda dessa propriedade, possamos amortizar o gasto feito para captura dele [Lázaro], visto que, ao escondê-lo lá, ele atrasou em pelo menos uma semana a operação”, disse.
A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos indiciados. Segundo o delegado responsável pelo caso, ainda está sendo apurada a participação de outras pessoas na ajuda ao criminoso.
A operação para captura de Lázaro Barbosa mobilizou 270 agentes de Goiás, do Distrito Federal e forças de segurança federais. Foram utilizados quatro helicópteros, dezenas de carros de polícia e 10 drones.
A Polícia Civil goiana decretou sigilo por cinco anos das informações relativas aos gastos da operação. A medida tem o objetivo de evitar vulnerabilidade à corporação, segundo nota da assessoria de imprensa.