O suspeito atropelou os policiais, bateu em uma barricada e saiu do carro, atacando-os com uma faca na mão.
Por Reuters
WASHINGTON (Reuters) -Um motorista colidiu com um veículo contra a polícia do Capitólio dos EUA na sexta-feira e brandiu uma faca, matando um policial e ferindo outro e forçando o complexo do Capitólio a fechar em um ataque que a polícia disse não parecer imediatamente relacionado ao terrorismo .
Yogananda Pittman, chefe interino da Polícia do Capitólio dos EUA, disse em uma entrevista coletiva que o suspeito atropelou os policiais, bateu em uma barricada e saiu do carro, atacando-os com uma faca na mão.
“É com o coração muito, muito pesado que anuncio que um de nossos oficiais sucumbiu aos ferimentos”, disse ela, com a voz embargada de emoção.
O outro policial ficou ferido, disse ela.
A Polícia do Capitólio mais tarde identificou o oficial morto como William “Billy” Evans, um veterano de 18 anos na força.
“Não parece ter relação com o terrorismo, mas obviamente continuaremos investigando”, disse Robert Contee, chefe interino do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington.
O presidente Joe Biden disse que ficou inconsolável com o ataque e ordenou que as bandeiras da Casa Branca fossem reduzidas a meio staff.Em um comunicado, ele disse que estava sendo informado sobre a investigação.
O Washington Post, citando fontes anônimas familiarizadas com a investigação, nomeou o suspeito como Noah Green e relatou que uma de suas fontes disse que Green tinha um endereço na Virgínia.
A polícia disse que o suspeito era desconhecido para eles, que ainda não haviam determinado o que o motivou e não o identificaram.
“Claramente, era alguém que estava tentando ativamente atingir quem quer ou o que quer que seja – nós simplesmente não sabemos agora”, disse Contee. “Se o ataque foi contra a polícia ou quem quer que seja, temos a responsabilidade de chegar ao fundo e nós faremos isso. ”
Dezenas de carros da polícia, marcados e não marcados, correram em direção ao icônico prédio branco com cúpula, em uma lembrança indesejável de 6 de janeiro, quando milhares de partidários do então presidente Donald Trump invadiram o complexo.
Foi a pior ameaça à segurança no Capitol desde então.
As agências de espionagem dos EUA alertaram em meados de março sobre uma ameaça contínua de que extremistas violentos com motivações raciais, como os da supremacia branca, realizarão ataques em massa contra civis enquanto grupos de milícias têm como alvo a polícia e funcionários do governo e edifícios.
As estradas que levam ao complexo foram bloqueadas por carros de polícia ou policiais e as pessoas dentro do Capitólio foram orientadas a ficar longe das janelas por grande parte da tarde antes que a polícia anunciasse que o bloqueio havia sido suspenso.
Vídeos e fotos da cena mostraram um carro azul colidindo com uma barricada de segurança, com a porta da frente aberta.
SEGURANÇA PESADA
Havia poucas pessoas no Capitólio. Os membros do Congresso não estavam em Washington na sexta-feira, com o Senado e a Câmara dos Representantes em recesso para o feriado da Páscoa.
Dezenas de soldados da Guarda Nacional, que estão estacionados no Capitólio desde o ataque de janeiro, foram rapidamente implantados. Fortemente armados e com equipamento de proteção contra motins, eles correram em colunas para ficar em fileiras no local e ao redor do complexo.
As autoridades começaram apenas nas últimas semanas a remover o anel externo de cerca alta com topo de arame farpado erguido ao redor do amplo complexo do Capitólio após o tumulto de 6 de janeiro. Muitos dos milhares de soldados da Guarda Nacional postados no prédio em Janeiro também foi mandado para casa.
Os legisladores têm discutido sobre quanta segurança deve permanecer no Capitólio, que é um parque popular para os residentes da cidade e também a sede do governo. Membros do Congresso de ambos os partidos políticos introduziram uma legislação que torna ilegal a construção de cercas permanentes ao redor do prédio.
O ataque de 6 de janeiro ocorreu enquanto a Câmara dos Representantes e o Senado, com o Senado presidido pelo então vice-presidente Mike Pence, certificava a vitória de Biden nas eleições de novembro sobre o Trump republicano.
Na época, os apoiadores de Trump gritaram slogans incluindo “Pare o roubo” e “Hang Mike Pence” enquanto atacavam o Capitólio e diziam que esperavam impedir a certificação eleitoral.
Biden, um democrata, assumiu o cargo em 20 de janeiro.
“Este tem sido um momento extremamente difícil para a Polícia do Capitólio dos EUA após os eventos de 6 de janeiro e agora os eventos que ocorreram aqui hoje. Portanto, peço que você mantenha nossa família da Polícia do Capitólio dos EUA em seus pensamentos e orações”, disse Pittman.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que ordenou que as bandeiras do Capitólio fossem reduzidas a meio mastro, saudou Evans como “um mártir por nossa democracia”.
“O Congresso está pronto para ajudar a aplicação da lei com uma investigação rápida e abrangente sobre este ataque hediondo”, disse Pelosi em um comunicado.
