Porto das Barcas, história de um grande entreposto portuário de Parnaíba

Aqui é onde começa a história do Delta de Parnaíba, de Parnaíba e de todo litoral do Piauí e Maranhão

Porto da Barcas localizada na margem do Rio Igaraçu em Parnaíba. Foto: Marcos Ranyere Portela da Cunha (05.out.2024)

A história do conjunto arquitetônico Porto das Barcas está intimamente ligada ao desenvolvimento de Parnaíba em dois momentos distintos. Inicialmente durante a segunda metade do século XVIII e primeiro do XIX com o comércio de carne de charque e couros e, posteriormente, até a metade do século XX com o ciclo do extrativismo vegetal da borracha de maniçoba, cera de carnaúba e coco babaçú.

Com a chegada da navegação a vapor com a Companhia de Navegação do Rio Parnaíba, a partir de 1859, Parnaíba vai experimentar o surgimento de companhias de navegação fluvial e marítima, e o aumento de embarcações que passaram a trafegar pelas águas do Rio Parnaíba. Durante as primeiras décadas do século XX, a navegação fluvial ganha maior impulso. Escritórios e representantes de grandes empresas de navegações com linhas regulares para a Europa e Estados Unidos, como Booth Line, LIoyd Brasileiro passaram a se instalar na cidade possuindo rebocadores, alvarengas, vapores e outros tipos de embarcações que traziam e transportavam mercadorias com destino aos portos de exportação, como Amarração-PI e Tutóia-MA.

Estes um importante exemplar do longo processo de expansão comercial e industrial de Parnaíba e do próprio Piauí, o conjunto arquitetônico Porto das Barcas constituídos por ruínas e edificações do século XX às margens do Rio Igaraçu, é assim formados por remanescentes de antigas instalações, como galpões portuários e armazéns onde ficavam armazenados os produtos que eram embarcados e desembarcados; docas que serviam a manutenção embarcações; dentre outras estruturas.

Em alvenaria de pedra emparelhada a edificação onde está aparelhada o Museu do Mar foi utilizado como instalação portuária para o reconhecimento, manipulação e distribuição dos diversos produtos que entravam e saiam pelas várias embarcações que atracavam no Porto das Barcas. Associadas a Indústrias de extração e beneficiamento de produtos de origem vegetal, essa edificação chegou a ser utilizada, na segunda metade do século XIX, para a estocagem de algodão e outros gêneros de exportação. Nas primeiras décadas do século XX, há registros de sua utilização como galpão para a guarda de ferramentas ligadas à manutenção de embarcações, e armazém para a estocagem e comercialização de mercadorias em geral, tendo passado, a partir desse período, por diversas modificações em alvenaria de tijolos

Edição: Marcos Ranyere Portela da Cunha |PHBWebCidade 

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