Procuradoria pede à Gabriela Hardt que remeta à Justiça de São Paulo investigação contra célula do PCC que planejava sequestrar Moro

José Soares, do Ministério Público Federal no Paraná, sustenta que deslocamento dos autos da 9.ª Vara Federal de Curitiba para fórum paulista é necessário para investigações sobre ‘crimes estaduais remanescentes?

Apreensão da Operação Sequaz, aberta na quarta-feira passada para desbaratar quadrilha ligada ao PCC. Foto: Polícia Federal

Estadão

O Ministério Público Federal pediu à juíza Gabriela Hardt, da 9.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que a Operação Sequaz – investigação que desmontou uma célula do PCC que planejava sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e sua família -, seja deslocada da Justiça Federal na capital paranaense para a Justiça de São Paulo, a fim de ‘processar os crimes estaduais remanescentes’.

A medida é citada em requerimento assinado nesta terça-feira, 28, pelo procurador da República José Soares. Ele pediu que as cautelares impostas na Operação Sequaz, desencadeada na última quarta-feira, 22, sejam mantidas até que o juízo estadual paulista que eventualmente receber os autos do inquérito decida se elas devem prevalecer – prorrogando prisões ou soltando os investigados capturados pela Polícia Federal.

O parecer do procurador do Ministério Público Federal no Paraná foi encaminhado à Gabriela Hardt que decretou as prisões da Operação Sequaz. Ao todo, Gabriela mandou prender nove suspeitos. Duas mulheres ligadas à facção foram soltas porque têm filhos menores de 12 anos. De outro lado, Gabriela prorrogou a custódia cautelar de Valter Lima Nascimento, o ‘Guinho’, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o ‘Re’, por mais cinco dias.

No documento enviado à 9ª Vara Federal Criminal de Curitiba, o procurador sustenta que quando a juíza autorizou a interceptação telefônica dos investigados na Sequaz havia ”forte suspeita de que a qualquer momento poderia ocorrer a execução de crime grave com violência contra Moro, em razão do exercício por ele de funções públicas federais’.

Ainda de acordo com José Soares, tal suspeita foi posteriormente confirmada com a quebra do sigilo telemático – de e-mails – dos integrantes do PCC.

Sob esse argumento, o procurador sustenta que a interceptação serve ‘precisamente para prova em investigação criminal’ – “razão por que são válidas as medidas da interceptação decorrentes”.

Como mostrou o Estadão, as suspeitas que culminaram na abertura do inquérito da Operação Sequaz foram levantadas por uma testemunha protegida que já integrou o PCC. A testemunha foi ouvida pelo Ministério Público de São Paulo, relatando informações sobre o plano de sequestro do senador.

O depoimento foi encaminhado à Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF. No dia 4 de fevereiro o Grupo Especial de Investigações Sensíveis (GISE) da Delegacia de Polícia Federal em Cascavel, interior do Paraná, abriu inquérito para apurar a revelação.

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