‘Sexoterapia’ facilita conversa sobre sexo, mas tem seus problemas

Sétima temporada tem nova apresentadora que melhorou a dinâmica dos episódios.

A jornalista Magê Flores, que apresenta o podcast Café da Manhã. Folhapress/Jardiel Carvalho

Por Folhapress

Desde 2019, a Universa, plataforma do UOL que reúne assuntos voltados à mulher brasileira, produz o podcast “Sexoterapia”, que tem como proposta debater questões relacionadas a sexo.

O programa tem as seis primeiras temporadas apresentadas por Marina Bessa, substituída por Bárbara dos Anjos Lima na sétima e última temporada —o que tornou os episódios mais dinâmicos e leves.

A bancada também tem a presença de Ana Canosa, sexóloga que escreveu o livro “Sexoterapia: desejos, conflitos, novos caminhos em histórias reais”, no qual o podcast se baseia, além de contar com convidados esporádicos.

Dividido em sete temporadas, o programa tem caminhos diferentes para cada uma delas. A primeira e a segunda são as mais livres e baseadas principalmente em três casos apurados pela reportagem da Universa e que são desenvolvidos a cada episódio. Alguns assuntos abordados são voyeurismo, sexo casual e traição.

Os sete pecados capitais guiam os episódios da terceira temporada, cuja estrutura se mantém alinhada a casos reais e com participações de convidados.

A quarta temporada inova ao apresentar uma versão em vídeo de cada capítulo. Além disso, a temporada dedica cada episódio à história de somente uma personagem, que também participa da bancada do programa.

Com a escolha, o podcast consegue se aprofundar mais nas pessoas envolvidas e nos casos examinados, o que é bem-vindo. Ao mesmo tempo, algumas personagens são muito diferentes umas das outras, o que afeta a coesão entre os episódios e pode fazer com que alguns ouvintes percam o fio da meada.

Disposta a discutir masculinidades, a quinta temporada aborda comportamentos e dilemas sexuais vividos por homens, como disfunção erétil, além do machismo.

Alguns episódios, no entanto, fogem desse eixo central, como o que traz como convidada a cartunista Laerte. O tema abordado é crossdressing, atitude de se vestir conforme o gênero oposto e que não se relaciona necessariamente ao universo masculino —o que pode resultar em uma expectativa não cumprida ao ouvinte.

Na sexta temporada, o tema é o sexo em diferentes gerações. De como conversar sobre sexualidade com crianças à vida sexual de pessoas com mais de 60 anos. A quantidade de convidadas nestes episódios supera a de temporadas passadas, mas chama a atenção que, em alguns casos, algumas delas têm pouquíssima interação com o resto das participantes.

Bárbara dos Anjos Lima consegue dar maior leveza às conversas na sétima temporada, além de conseguir melhorar a interação entre os convidados e Ana Canosa, a psicóloga do programa, que, em muitos casos, acaba ofuscando a presença das outras pessoas na bancada.

A participação de Canosa merece um comentário à parte. Ela resgata vários casos da sua experiência profissional como psicóloga de casais, o que ajuda a ilustrar as histórias trazidas pelas sete temporadas.

Mas a psicóloga muitas vezes se esquece da presença de outros participantes, embarcando em monólogos que ficam mais evidentes no “clímax”, quadro do podcast em que Canosa faz, sozinha, um resumo de tudo o que foi discutido durante o episódio.

Há pontos a melhorar, sendo o principal deles a melhor interlocução entre a bancada e convidados. Ainda assim, o podcast consegue abordar bem os variados assuntos que envolvem sexualidade e que ainda são vistos como tabu.

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