Presidente dos Estados Unidos admitiu que sabia dos riscos do coronavírus, mas não queria gerar pânico.
Por G1
O presidente americano Donald Trump, disse ao jornalista Bob Woodward que sabia da gravidade do coronavírus e dos riscos da doença à população no início de fevereiro, quando o país tinha poucos casos da doença. Mesmo assim, ele decidiu minimizar a seriedade da epidemia ao público para “não causar pânico”.
As entrevistas foram gravadas, e os trechos, divulgados à imprensa americana nesta quarta-feira (9).
“É um [vírus] muito problemático. É um muito delicado. É mais mortal até do que as gripes mais duras”, admitiu durante entrevista concedida a Woodward em 7 de fevereiro.
À época, Trump insistia diante das câmeras que o novo coronavírus estava sob controle nos EUA e que a doença não era mais grave do que gripes sazonais. Do primeiro caso até hoje, a Covid-19 matou mais de 189 mil pessoas nos EUA, país mais atingido pela pandemia em números absolutos.
Semanas depois, quando o novo coronavírus ganhava status de pandemia no mundo, Trump admitiu que ainda preferia minimizar a gravidade da crise. “Eu quis sempre minimizar”, afirmou em entrevista ao jornalista em 19 de março.
“Eu ainda gosto de minimizar porque não quero gerar pânico”, justificou.
O presidente dos EUA também disse ter percebido que a doença não mata apenas idosos. “E agora está se mostrando que não são apenas as pessoas mais velhas [que morrem], Bob. Jovens também, muitos jovens”, disse a Woodward.
Trump se defende, Biden critica
Questionado sobre o novo coronavírus, Trump repetiu aos jornalistas nesta quarta que evitou criar pânico nos americanos, mas que tomou medidas como o fechamento de fronteiras e restrições de viagens para conter o coronavírus.
“Eu não quis criar pânico, e certamente não vou levar este país ou o mundo a um caos. Queríamos mostrar confiança. Podemos mostrar força”, disse.
O democrata Joe Biden, adversário do republicano nas eleições presidenciais dos EUA, disse que a atitude de Trump na pandemia “é mais do que repulsiva”.
“É uma negligência com os deveres. É uma desgraça”, atacou Biden.