Apoiador do republicano morreu a tiros perto de local onde havia protestos antirracistas.
Por G1
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o prefeito de Portland, Ted Wheeler, trocaram acusações neste domingo (30) após a morte a tiros de um manifestante favorável ao republicano. Não se sabe ainda quem baleou o homem.
Trump ameaçou chamar mais uma vez a Portland a Guarda Nacional para dar conta dos protestos e chamou o prefeito da cidade, que é do Partido Democrata, de “idiota”. Em resposta, Wheeler criticou a atitude do presidente: “É agressivo, não é colaborativo”, criticou.
Desde a morte de George Floyd, um ex-segurança negro, em uma ação policial em maio, Portland se converteu em epicentro dos protestos contra a violência racial nos Estados Unidos. Muitas vezes, os atos terminam em confrontos, o que tem levado Trump e aliados republicanos a usar a cidade como exemplo de desordem causada por governos de democratas, do mesmo partido do adversário Joe Biden.
Trump, inclusive, já havia enviado mais de 100 agentes federais à cidade, mas eles se retiraram de lá no fim de junho. Opositores do presidente alegam que a violência em Portland diminuiu após a saída dos soldados. Segundo a agência Associated Press, mais de 600 pessoas foram presas na cidade desde maio.
A morte do ativista, identificado como Jay Danielson, ocorreu no dia em que parte da carreata com cerca de 600 veículos que chegou a Portland para apoiar Donald Trump. Outros carros ainda devem chegar à cidade, localizada no estado do Oregon.
Com medo de novo episódio de violência, autoridades de Portland pediram neste domingo que as pessoas ficassem longe do centro da cidade — há uma nova manifestação prevista para esta noite. Trump, porém, parabenizou o grupo: “Grandes patriotas!”, elogiou.
Há a preocupação também com a possível escalada da violência em Kenosha, cidade no Wisconsin onde Jacob Blake, homem negro, foi baleado ao menos sete vezes durante ação policial relacionada a violência doméstica.
Após seguidas manifestações contra o racismo policial, grupos favoráveis às forças de segurança marcharam em Kenosha com o slogan “Blue Lives Matter” (“vidas azuis importam”) — uma referência aos uniformes policiais adaptando a frase “Black Lives Matter”, dos grupos antirracismo.
Em Kenosha, não houve registro de confrontos ou ocorrências mais graves neste domingo. No sábado, centenas de pessoas participaram de protesto contra violência da policia, também sem maiores tumultos.