Ucrânia inicia contra-ataque em Kharkiv e Izium para afastar russos do nordeste do país

Ofensiva pode forçar Moscou a desviar tropas de áreas que estão sob intenso conflito no leste; Mariupol tem nova missão de retirada de civis em meio à batalha na siderúrgica Azovstal

Soldado ucraniano a frente de um tanque russo destruído em vilarejo próximo a Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. Tropas iniciaram ofensiva contra invasores nesta sexta-feira, 6 

Por Estadão

As forças ucranianas iniciaram um ataque contra os russos no nordeste da Ucrânia nesta sexta-feira, 6, para expulsá-los de Kharkiv e Izium, duas cidades importantes do país. Em paralelo, os conflitos do leste continuam e se transformam cada vez mais em uma guerra brutal, sem que nenhum dos lados consiga um grande avanço nas frentes de batalha, e Mariupol tem uma nova missão de retirada de civis.

Segundo o chefe de defesa ucraniano, o general Valerii Zaluzhni, os combatentes ucranianos levaram tropas russas a cerca de 40 quilômetros a leste de Kharkiv nos últimos dias. O Institute for the Study of War, baseado nos Estados Unidos, avaliou nesta sexta que o objetivo do contra-ataque pode ser empurrar os russos de modo que a artilharia não alcance Kharkiv, além de forçar Moscou a desviar tropas de outras áreas.

A afirmação da Ucrânia de que estava mudando para ações ofensivas em parte do país veio à medida que armas mais sofisticadas e artilharia de longo alcance fornecidas por aliados ocidentais chegam à linha de frente, o que permite que a Ucrânia tome medidas mais agressivas.

No Donbas, localizado no leste do país e foco da Rússia, as forças russas fazem apenas um progresso “lento”, segundo avaliou o porta-voz do Pentágono, John Kirby. As operações são consideradas “ineficazes” e não garantiram ganhos territoriais significados nas últimas 24 horas. Uma das razões para isso é o prolongado conflito na siderúrgica Azovstal em Mariupol, que dá tempo aos ucranianos à medida em que eles resistem aos ataques russos, disse o Ministério da Defesa britânico.

O prolongado impasse na fábrica de Mariupol ajuda a atrapalhar os planos da Rússia para o Donbas, disse o Ministério da Defesa britânico em uma avaliação na sexta-feira. A luta na cidade parece cada vez mais desesperada em meio à crescente especulação de que o presidente russo Vladimir Putin quer terminar a batalha até o dia 9 de maio, data em que é comemorado o Dia da Vitória – o maior feriado patriótico do calendário russo e que comemora a vitória da União Soviética sobre os nazistas na 2ª Guerra.

Ao mesmo tempo, as forças russas parecem ter intensificado as tentativas de prender e destruir unidades ucranianas mais ao sul, dentro e ao redor das cidades de Kramatorsk e Sloviansk e nas cidades de Lyman e Barvinkove.

Em Mariupol, um novo esforço internacional foi feito nesta sexta-feira para resgatar mais civis dos túneis da siderúrgica Azovstal e da cidade em geral. O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andri Yermak, disse nesta sexta-feira em um comunicado do Telegram que quase 500 civis foram retirados da cidade, somando os que estavam dentro e fora da siderúrgica. Entretanto, não ficou claro de Yermak se referia a uma missão atual ou às anteriores, que resgataram cerca de 500 pessoas em dois dias.

A Organização das Nações Unidas (ONU) não divulgou detalhes da operação, uma prática que eles também demonstraram nas missões de retirada anteriores, enquanto elas estavam em andamento.

O conflito em Mariupol acontece dentro da própria usina Azovstal, permeada por túneis subterrâneos e bunkers. Cerca de 2 mil combatentes ucranianos estão no local e recusam se entregar. A Rússia afirmou que permite a retirada dos civis, mas exige a rendição dos combatentes. /NYT, AP, REUTERS

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