União Europeia impõe novas sanções contra a Rússia por referendos na Ucrânia e ameaças nucleares

Novas medidas, que ainda precisam ser aprovadas pelos 27 países do bloco, incluiriam teto ao preço do petróleo russo e proibição de exportações

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen defende aprovação de novo pacote de sanções contra a Rússia. Foto: Stephanie Lecocq/ EFE

Por Estadão 

A União Europeia propôs um novo pacote de sanções contra a Rússia — o oitavo desde a invasão da Ucrânia –, nesta quarta-feira, 28. As medidas encaminhadas pelo bloco incluem a imposição de um teto para o preço do petróleo russo, além de medidas restritivas contra os responsáveis pelos referendos que buscam legitimar a anexação dos territórios ocupados no Donbas por Moscou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que os referendos orquestrados pelo Kremlin sobre a adesão dos territórios à Rússia são uma tentativa ilegal de “tomar terras e mudar as fronteiras internacionais” à força. “Estamos determinados a fazer com que o Kremlin pague por mais essa escalada”, disse.

O pacote de sanções proposto — que ainda precisa ser aprovado pelos 27 membros do bloco para começar a valer — privaria a economia russa de uma receita adicional de 7 bilhões de euros apenas no que se refere a proibição de exportações para os países europeus, disse von der Leyen, que também falou sobre o teto para o valor do petróleo russo.

“Um teto ao preço do petróleo ajudará a reduzir as receitas da Rússia, por um lado, e manterá o mercado global de energia estável, por outro. Neste pacote, estamos lançando as bases legais para esse teto de preço”, afirmou.

Os ministros da economia dos países do G7 se comprometeram neste mês a impor um teto ao preço do petróleo russo em uma tentativa de limitar as receitas do Kremlin, além de reduzir o impacto da guerra nos preços da energia e na inflação.

Os ministros disseram que imporiam o limite ao impedir que seguradoras ou companhias de navegação ajudem a Rússia a vender petróleo a preços acima do limite estabelecido.

No plano proposto por von der Leyen, há também a recomendação de proibição de cidadãos da UE que participem dos órgãos administrativos de empresas russas, dizendo que “a Rússia não deve se beneficiar do conhecimento e da experiência” dos europeus. Pessoas que ajudem a Rússia a contornar as sanções também podem enfrentar sanções, de acordo com a proposta.

Desde que Putin autorizou a invasão da Ucrânia, a Comissão Europeia autorizou uma série de sanções contra Moscou. Bancos, empresas e mercados foram atingidos – até mesmo partes do setor de energia – com congelamentos de ativos e proibições de viagens impostas a mais de 1.200 funcionários.

No entanto, aplicar sanções está ficando mais difícil em meio aos desafios econômicos do pós-pandemia e da alta inflação, com os preços da eletricidade e do gás natural disparados. A última rodada de sanções, anunciada em 4 de maio, levou quatro semanas para obter a aprovação de todo o bloco. Em julho, em vez de impor novas medidas, a UE adotou um pacote de “manutenção e alinhamento” que, em sua maioria, fechou brechas nas sanções já acordadas.

Proibição de viagens

O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse que congelamentos de ativos e proibições de viagens na Europa seriam impostos às “autoridades russas substitutas” nas regiões de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. Autoridades de lá disseram na quarta-feira que pediriam ao presidente Vladimir Putin para incorporar suas províncias à Rússia.

Borrell disse que também quer atingir altos funcionários do Ministério da Defesa russo e aqueles que apoiam as Forças Armadas fornecendo equipamentos e armas, ou que ajudam a recrutar os 300.000 reservistas que Putin convocou. “As sanções funcionam. As sanções importam. Mas eles precisam ser mantidos ao longo do tempo e não contornados”, disse ele./ AFP e AP

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