Vacina da Pfizer neutraliza variantes do coronavírus do Reino Unido e da África do Sul

O produto foi testado contra as mutações N501Y (observada nos dois países), D614G (do Reino Unido) e E484K (somente na África do Sul) que são localizadas na proteína spike

© Copyright 2021, dpa (www.dpa.de). Alle Rechte vorbehalten 05 de fevereiro de 2021, Baden-Wuerttemberg, Tübingen: Uma ampola contendo a vacina Corona da Biontech / Pfizer fica entre as seringas que já foram preparadas na casa de repouso e asilo de Bürgerheim. Uma conferência de imprensa sobre os resultados provisórios da campanha de vacinação Corona em Baden-Württemberg será realizada em 5 de fevereiro de 2021. Foto: Sebastian Gollnow / dpa (Foto por Sebastian Gollnow / imagem aliança via Getty Images)

Por Estadão

A vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 se mostrou capaz de neutralizar as variantes do coronavírus Sars-CoV-2 que apareceram no Reino Unido e na África do Sul, de acordo com pesquisa publicada nesta segunda-feira, 8, na revista Nature Medicine.

O produto foi testado contra as mutações N501Y (observada nos dois países), D614G (do Reino Unido) e E484K (somente na África do Sul) que são localizadas na proteína spike – a parte do vírus que se conecta com as células humanas – e que parecem aumentar essa habilidade do vírus. A primeira variante também parece aumentar os possíveis hospedeiros do vírus e afetar também os camundongos.

Os resultados já tinham sido divulgados no fim de janeiro, ainda em formato de pré-print (sem a revisão de outros cientistas) e foram confirmados agora em uma publicação tradicional.

O surgimento das novas variantes gera preocupação sobre o efeito na vacinação porque justamente a proteína spike do vírus é o alvo dos anticorpos neutralizantes que têm sua produção induzida por muitas das vacinas. Neste domingo, a África do Sul suspendeu a vacinação com o produto de Oxford após observar que ele estava sendo pouco efetivo contra a variante local.

Os pesquisadores, liderados por Pei-Yong Shi, da Universidade do Texas, e Philip Dormitzer, da Pfizer, fizeram combinações dessas três variantes e as testaram diante de um painel sorológico de 20 pessoas que tinham participado dos testes clínicos da vacina.

Esse material é composto por anticorpos obtidos após duas ou quatro semanas da imunização com duas doses da vacina, em um intervalo de três semanas. Ele foi testado tanto para a cepa original do Sars-CoV-2, que nos testes clínicos tinha apontado uma eficácia de 95%, quanto para os vírus mutantes.

Os pesquisadores relatam que conseguiram neutralizar as três variantes do vírus, com uma pequena variação: a neutralização contra a mutação E484K foi ligeiramente inferior à neutralização contra a mutação N501Y.

“A evolução contínua do Sars-CoV-2 exige um monitoramento contínuo do significado dessas mudanças para a eficácia da vacina. Esta vigilância deve ser acompanhada de preparativos para a possibilidade de que futuras mutações possam exigir mudanças nas vacinas”, escrevem os autores.

Eles lembram que mudanças desse tipo funcionaram bem para a vacina da influenza – vírus que muta todos os anos. Para a covid-19, dizem, a flexibilidade da tecnologia de vacina baseada em RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer e da Moderna, pode facilitar as atualizações.

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