Vereadores do Rio decidem se abrem processo de impeachment contra prefeito Marcelo Crivella.

Aliados de Crivella candidatos à reeleição não devem comparecer à votação.

Prefeito Marcelo Crivella, instantes antes de ser atingido por bolinha de barro em Realengo. Reprodução/G1/

Por Folhapress

A Câmara dos Vereadores do Rio vota, nesta quinta-feira (3), o pedido para abertura de um processo de impeachment contra o prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que também é pré-candidato à reeleição municipal.

Dois pedidos de impeachment foram protocolados na terça-feira (1º), um dia depois de reportagem da TV Globo revelar a existência dos chamados “Guardiões do Crivella”, um grupo de servidores públicos escalados para atrapalhar o trabalho da imprensa e impedir denúncias da população na porta dos hospitais municipais.

No grupo, estariam funcionários do primeiro escalão da prefeitura, como o chefe da Casa Civil, Ailton Cardoso da Silva, Marcelo da Silva Moreira Marques, procurador-geral do município, e a secretária da Saúde, Bia Busch.

De acordo com regimento da Casa, é exigido a presença mínima de 26 dos 51 vereadores para abrir a sessão, e aprovação por maioria simples (metade mais um) dos presentes para o pedido ser acatado.

Autor de um dos pedidos de impeachment, o vereador Átila Alexandre Nunes (DEM) acredita que a aprovação será difícil. No entanto, segundo ele, com a eleição de novembro, os candidatos à reeleição vão precisar se posicionar neste momento.

“Acho difícil a oposição conseguir. Alguns vereadores não devem aparecer para votar, pois se votam contra o pedido de abertura do impeachment, apanham da base eleitoral. Se votam a favor, vão ser retaliados na prefeitura”, diz Nunes.

Nunes ressalta que, no episódio do “Guardiões do Crivella”, o celular do prefeito estava no grupo de WhatsApp dos servidores e que Crivella tinha conhecimento do que estava acontecendo.

Apesar de desgastar a imagem de Crivella durante a campanha eleitoral, um possível processo de impeachment não deverá afastar o prefeito do cargo antes do segundo turno das eleições, em 29 de novembro. “Haveria muita judicialização”, explica Nunes.

No ano passado, a Câmara Municipal do Rio rejeitou o processo de impeachment do prefeito. Na ocasião, os governistas derrotaram a oposição por 35 votos a 13 na votação do pedido de afastamento.

A Comissão Processante foi instalada no dia 3 de abril, depois de o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (MDB), receber uma denúncia, por escrito, do fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda Fernando Lyra Reis, sobre supostas irregularidades na renovação de contratos de mobiliário urbano com duas empresas de publicidade.

De acordo com relatório da comissão de impeachment, houve erros cometidos por servidores na renovação de contratos com empresas que administravam anúncios no mobiliário urbano.

Compartilhe esta notícia!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

pt_BRPortuguese